sábado, 5 de junho de 2010

Primeiras Impressões do Dacia Duster

Em 2011 o Ford EcoSport finalmente ganhará um concorrente de verdade, alguns dos fabricantes instalados no Brasil fizeram de tudo para tentar frear as vendas do modelo da marca do oval azul, mas, todas as tentativas foram em vão. Porém, a Renault promete mudar a história já que no ano que vem ela começará a fabricar no Brasil o Duster em sua planta do Paraná. O modelo será o terceiro  modelo Renault a usar a plataforma B0. E, como modelo acaba de chegar no mercado europeu, o Autos Segredos publica as primeiras impressões do modelo feitas pelo amigo Renato Aspromonte. O trabalho é mais um fruto das parcerias com nossos amigos blogueiros. Para quem não conhece o Renato veja abaixo seu breve perfil. Peço também que comentem e opinem se o modelo será páreo para o EcoSport.
Olá a todos, antes de mais, gostaria de me apresentar.
Meu nome é Renato Aspromonte, 24 anos, recém-licenciado em Marketing e Publicidade na Criative University IADE, em Lisboa – Portugal. Em um futuro próximo pretendo começar o Mestrado de 2 anos em Barcelona – Espanha.
Sou brasileiro, natural de Jundiaí – SP, mas atualmente moro em Lisboa, essa acolhedora capital lusitana a cerca de 5 anos. Sempre fui um apaixonado por carros, e viabilizei durante a minha adolescência a minha marca, Murruga, hoje conhecida como Murruga Design (www.murrugadesign.wordpress.com) onde já virou habito colocar alguns dos meus trabalhos que fiz para algumas revistas especializadas, bem como sites e blogs por todo o Brasil e também algumas curiosidades, aproveitando o fato de eu estar morando aqui no velho continente.
Foi através do Blog mesmo que fui contactado pelo amigo Marlos Ney Vidal, após eu ter colocado um post sobre o Novo Dacia Duster, futuro SUV da Renault para o Brasil que fui conhecer numa concessionária aqui perto da minha casa e então minha contribuição começa agora!
Cheguei a concessionária e já me espantei…! Havia logo a entrada em posição de destaque o Novo Dacia Duster. O carro realmente chama a atenção pelo seu tamanho. O modelo exposto era um 1.5 Dci (dissel) de 85cv na versão 4X2 na cor de lançamento chamada de “Castanho Caju”.
Enquanto esperava para ser atendido, comecei a explorar o carro, estava muito curioso em relação aos interiores e a qualidade de construção, visto que ao contrário do Brasil, o modelo aqui, bem como a linha Logan/Sandero são vendidos como Dacia, uma marca “low-coast” da Renault, o que pode levantar uma certa suspeita e isso reforçado ainda pelo baixo custo dos carros, a exemplo de um Renault Sandero Dci custar algo em torno de 15 mil Euros, que é menos ainda do que uma versão a gasolina do Novo Clio.
Dando um breve olhada pelo carro, foi possível perceber alguns detalhes na montagem do carro, como os encaixes dos para-choques bem com a própria pintura, com certas falhas e verniz escorrido. Os interiores são basicamente, os mesmos do Dacia/Renault Sandero, com muito plástico (duro) e pouco acolhedor. O que diferencia mesmo são os apliques na cor do veiculo, no volante e no console central.
Quando o vendedor veio falar comigo, me explicou alguns diferenciais do carro, que querendo ou não, são bem apelativos, quando falamos na famosa relação Custo/Beneficio. Ar condicionados, Air Bags, autonomia/economia de combustível, espaço interno, dimensões e etc…!
Por me chamar mesmo a atenção, solicitei um test-drive, mas não pude experimentar o modelo de imediato, pois o único carro de ensaio estava sendo compartilhado por várias concessionárias, comentou o vendedor, acrescentando ainda que não havia modelos a pronta entrega, pois existe apenas uma fábrica na Roménia a produzi-lo e como o modelo está vendendo bastante por toda a Europa, as filas de espera aumentam a cada dia. Quem fizer o pedido hoje, terá o carro apenas nos finais de Setembro 2010.
Agendamos então o test-drive para a sexta-feira que se seguia, isso porque ainda era sábado, uma semana de espera, parece razoável e me fez ficar ainda mais curioso. Será que o carro é mesmo tudo isso?
Bom, chegada sexta-feira, por volta das 15 horas, um calor considerável, cerca de 27ºC, o que para Portugal já começa a ser sufocante, estamos entrando em mais um verão seco. Me desloquei até a concessionaria, e lá estava o mesmo modelo que estava exposto para fazer o tão esperado test-drive.
Sentei-me no carro, arrumei espelhos, bancos, altura do volante e me senti confortável. Bancos macios, e bem acabados, posição elevada, se não me engano, mais alta que no Ecosport, que tive uma oportunidade de conduzir quando estive no Brasil. Ao ligar o motor, pareceu-me familiar, isso porque na frota lá de casa, temos um Megane Hatch Xtreme 2008 com o mesmo motor. Sai com o carro do estacionamento com facilidade. Nesse ponto já comecei a gostar pois mesmo sendo um carro grande pareceu-me simples manobra-lo.
Entrei numa avenida ali perto e não tive dó em pisar no acelerador. Até as 2500 rpm, o carro me pareceu meio molenga, mas a partir daí o turbo entra em ação e temos um outro carro. Outro destaque para o modelo seria o isolamento, quase não se ouve o motor, a suspensão fez bem o seu trabalho amortecendo algumas irregularidades no piso.
Em contrapartida, o consumo médio apresentado no computador de bordo estava na casa dos 7.5L/100km (contagem europeia), traduzindo seria cerca de 13.3 km/L, podendo parecer razoável para a realidade brasileira, mas para um carro a dissel é extremamente bebedor, no Megane por exemplo, conseguimos atingir 5.4L/100km ou seja, 18.5 km/L, sendo que o Megane consegue ser mais pesado que o Duster, sim, pode não parecer, mas o Duster é consideravelmente mais leve.
Em suma, gostei do carro pelos seus muitos prós, mas dado aos seus poucos contras, eu não entregaria pouco mais de 20 mil euros por esse SUV. Como feliz proprietário de um Focus SW 2009, fico com o motor Ford 1.6 TDCi 110cv, que anda mais, gasta menos e com 503 litros de porta-malas, mais opcionais de série e cerca de 2 mil euros a mais que o Dacia.
O Duster sim tem muitos atrativos para fisgar o consumidor, e promete mesmo incomodar o pioneiro e solitário Ecosport no Brasil. É esperar para ver essa briga que promete.
31 de Maio de 2010, de Lisboa, Renato Aspromonte.

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