Os adeptos do tuning que me perdoem, mas se há um tipo de customização automotiva que exige muita coragem e audácia, é o Hot Rod. Primeiro, é bom esclarecer algumas diferenças. Qualquer carro pode ser “tunado”. Em todo canto tem alguém que saiba fazer uma pequena mudança no seu carro e muitos já consideram isso como tuning. E muitos acessórios que os donos dos carros pensam ser exclusivos, podem ser encontrados em qualquer canto. Já no Hot Rod, a conversa é outra.
No meu curso, sempre conversávamos sobre estes carros que impressionam todos. A origem dos Hot Rods se deu em Los Angeles, já na década de 30, quando o pessoal costumava fazer corridas com carros modificados. A cultura cresceu e ainda hoje é forte em muitos paises.
O Hot Rod é a customização extrema de carros antigos, o que já o torna algo mais difícil de se fazer. E quando falamos de Hot Rod, não é pegar um Opala ou Mustang para customizar, mas sim clássicos como Ford 1932, Buick, Bel Air e outros mais raros. Basicamente, todo Hot Rod possui pintura exclusiva e preparação de motor também exclusiva.
Talvez, a exclusividade em si seja o que define um Hot Rod bem feito. Imaginem como é difícil colocar um motor aspirado de 450 cv em um carro com 60 ou 70 anos. São feitas diversas adaptações e até criações em suspensão, chassi, rodas e carroceria. O uso de fibra de vidro também é comum, mas as oficinas mais avançadas preferem fazer tudo no metal mesmo.
Pelo fato de cada carro ser único, o tempo de execução dos projetos pode demorar 6, 7 meses ou até 3 anos. Os Hot Rods sempre demonstram poder em qualquer lugar. São carros com cara de mau, barulhentos e potentes. Alguns dos mais baratos recebem investimentos de pelo menos 50 mil reais em customização, além do que foi pago no veiculo.
Assim como temos um lado mais “selvagem” no motociclismo, feito por proprietários de Choppers, o lado bruto dos carros é o abordado neste post. Obviamente, muitos Hot Rods não podem ser legalizados, então se tornam show cars, mostrando ao público o que alguns maçaricos e soldas conseguem fazer.
Se você curtiu a cultura do Hot Rods e quer fazer um, já aviso que o caminho é longo, e os valores gastos são apenas a primeira parte. Vai ser difícil encontrar bons profissionais que peguem o carro para fazer. Quando você encontrar um cara bom para começar seu carro, provavelmente terá que esperar o fim de outro projeto dele.
A elaboração de um projeto assim envolve diversos profissionais que já são muito concorridos. Alguns dos equipamentos utilizados requerem boas técnicas. Com certeza vai ser necessário o uso de torno CNC, máquinas para dobrar aço, solda mig, solda ponto, cromo, maçaricos de corte (muito potentes), e até algum bom contato para importação de peças.
Cada centímetro é único. Os próprios mecânicos que se envolvem na criação gostam de fazer um carro totalmente diferente do outro. É por isso que insisto em dizer que o Hot Rod é o tuning de macho, de gente grande. Você não vai achar peças prontas, não vai ser fácil finalizar tudo e com certeza nunca vai encontrar outro igual.
Não vai ser fácil mesmo, tanto que até para fazer a pintura o cliente precisa batalhar. Não é todo mundo que gosta de fazer pintura com “chamas”, então recorrem ao Pinstripping, coisa rara aqui no Brasil. Quem já assistiu programas como Overhaulin e Pimp My Ride, deve ter visto pinturas com pinstripping. Trata-se daqueles desenhos quase que tribais, feitos manualmente direto na lata do carro.
Fonte: MotorPasión
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